SENAI lança chamada de R$ 10 milhões para acelerar soluções da Indústria 4.0

Empresas interessadas em participar da Smart Factory podem se inscrever pela Plataforma de Inovação para a Indústria. Cada projeto selecionado poderá receber até R$ 800 mil

Para permitir que micros, pequenas e médias empresas (MPMEs) apliquem tecnologias da Indústria 4.0 em seus processos produtivos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) lançou um edital de R$ 10 milhões para fomentar a inovação no setor. O aporte integra a chamada Smart Factory, realizada em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério da Economia, e está disponível na Plataforma de Inovação para a Indústria.

Cada projeto selecionado poderá contar com até R$ 800 mil, englobando tanto o desenvolvimento quanto a implementação da tecnologia nas empresas-clientes. O objetivo é trazer soluções inovadoras, com melhoria de processos e aumento de produtividade para as empresas de micro, pequeno e médio porte.

Para o diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI, Jefferson Gomes, a chamada propõe às empresas a oportunidade de aprimorarem seus processos industriais e se tornarem mais inovadoras.

“A indústria 4.0 representa uma nova etapa na organização e controle de uma cadeia de valor industrial inteligente, e integrada num ecossistema de inovação e colaboração”, destaca Gomes. 

Afinal, o que é Smart Factory?

O conceito de Smart Factory refere-se à aplicação das mais recentes técnicas de automação, digitalização, gestão de dados e conectividade que impactem na eficiência operacional das empresas. Para impulsionar o setor industrial, serão selecionados cerca de 60 projetos para desenvolvimento e inovação (P,D&I) de empresas que atuam no setor de soluções para máquinas, equipamentos, sistemas, entre outras áreas.

Indústria 4.0: 69% das indústrias brasileiras usam tecnologia digital

A indústria brasileira está mais digital do que há cinco anos. Se em 2016 menos da metade (48%) faziam uso de alguma das tecnologias digitais analisadas, em 2021 o percentual foi de 69%, como mostra a Sondagem Especial Indústria 4.0, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Realizada em abril deste ano com mais de 1 mil empresas, a pesquisa buscou investigar o avanço do uso das tecnologias da chamada indústria 4.0, que prevê a digitalização da produção industrial para integrar as diferentes etapas da cadeia de valor, desde o desenvolvimento do produto até o uso final.

Mentoria Lean Manufacturing

Desde 2018, o SENAI realiza programas voltadas à implantação de manufatura enxuta e projetos pilotos de digitalização e conectividade. Com a primeira fase do Brasil Mais, o SENAI iniciou o Mentoria Lean, já aplicado em mais de 1,4 mil empresas. Por meio de ferramentas da manufatura enxuta, foi possível alcançar resultados de ganhos de produtividade acima de 40%. A fase 2 do programa, Mentoria Digital, conta com a implantação de metodologias de sensoriamento e conectividade no chão de fábrica. O resultado, validado em resultados pilotos, pode atingir um aumento médio de 20% de produtividade para as empresas, além da gestão da produção em tempo real.

A Plataforma de Inovação da Indústria

A Plataforma é uma iniciativa do Sistema Indústria para financiar o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde na indústria. Criada em 2004 como Edital SENAI SESI de Inovação, a iniciativa já selecionou mais de mil projetos inovadores, nos quais foram investidos mais de R$ 917 milhões. As propostas escolhidas recebem recursos e apoio para desenvolvimento de uma prova de conceito, passando por processos de validação, de protótipo e de teste na rede de inovação e tecnologia do SENAI.

Editoria:
• Inovação e tecnologia

Veto à liberação de recursos do FNDCT prejudica investimentos em inovação no Brasil

CNI defende que Congresso derrube os vetos do projeto que descontingencia recursos do fundo de financiamento à ciência, tecnologia e inovação. Só em 2020, R$ 4,6 bi foram retidos nos cofres públicos

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que o país perde enorme oportunidade de garantir minimamente os investimentos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), com os vetos presidenciais aos principais pontos do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 135/2020, sancionado nesta quarta-feira (13), sob a Lei Complementar nº 177.

Aprovado em dezembro pelo Congresso Nacional, o texto previa a liberação total dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), considerada a principal ferramenta de financiamento à CT&I do país. A indústria defenderá junto ao Poder Legislativo a derrubada do veto.


Na avaliação da CNI, os vetos publicados no Diário Oficial da União comprometem as possibilidades de investimentos nacionais em pesquisas, especialmente neste momento de pandemia, em que a ciência tem se tornado cada vez mais fundamental para a superação dos desafios relacionados ao novo coronavírus.


Há em andamento projetos robustos que necessitarão de financiamento, sendo um, inclusive, relativo ao desenvolvimento e produção de uma vacina exclusivamente brasileira contra a Covid-19.

Inovação é imprescindível para a recuperação da economia

Para a CNI, a expansão da CT&I é fator imprescindível para a recuperação econômica do país e a retomada da competitividade brasileira no cenário internacional. De acordo com os dados mais atuais, apenas cerca de 13% dos R$ 6,8 bilhões arrecadados pelo fundo em 2020 foram disponibilizados para investimentos não reembolsáveis em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) realizadas por universidades, institutos de pesquisa e empresas. Um total de R$ 4,6 bilhões ficou retido no Tesouro.


“Quando analisamos as principais estratégias de desenvolvimento dos países mais avançados, localizamos a inovação, a ciência e a tecnologia no centro das estratégias nacionais. No Brasil, os recursos têm sido reduzidos tanto no FNDCT – em função do crescente contingenciamento e apesar do aumento da arrecadação – quanto em outros orçamentos, a exemplo do que se prevê para o MCTI no exercício de 2021”, afirma a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio. 


“Por isso, derrubar o veto para que esta lei entre em vigor será tão importante. Ela garantirá investimentos em inovação pelos próximos anos e justificará a operação de instituições altamente relevantes para o nosso ecossistema, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)”, acrescenta a diretora.

Projeto avança ao mudar natureza do fundo

Apesar dos vetos, a sanção do projeto atende a alguns pleitos de longa data do setor empresarial e da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). É relevante a transformação da natureza do fundo, que agora é contábil e financeiro, e passa a contar com rendimentos de aplicações como fonte de receita. A destinação de recursos a projetos com organizações sociais, ainda que limitada a 25%, é também um avanço, uma vez que abre a possibilidade de repasses a instituições com comprovada qualidade em sua atuação, como a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

A CNI reitera, no entanto, que tais avanços perdem eficácia à medida que os recursos para o fundo não estão garantidos, mantida a possibilidade de contingenciamento. Pouco vale o arranjo formal se não há orçamento para efetiva execução.

No que diz respeito ao tema de responsabilidade fiscal e de atendimento ao interesse público (justificativas apresentadas para o veto) são questionáveis os impactos nas contas públicas e o argumento de que a proibição de contingenciamento poderia prejudicar outras políticas públicas desenvolvidas pela União. Tais justificativas revelam as distorções em termos de prioridade que levam o país a um distanciamento cada vez maior de economias sustentadas pelo conhecimento.

FNDCT é fonte de recursos para projetos inovadores

Criado em 1969, o FNDCT é um fundo de natureza contábil que tem como objetivo financiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico. Quem opera os recursos é a Finep. Entre 1999 e 2019, o Fundo arrecadou R$ 62,2 bilhões, mas, historicamente, os recursos sofrem bloqueios.

Entre os diversos projetos que se tornaram viáveis por conta dos recursos do FNDCT, estão o Sirius, maior infraestrutura de geração de luz síncrotron do hemisfério sul; o tanque oceânico instalado na COPPE/UFRJ – o maior do mundo para projetos de estruturas flutuantes e operações no mar; e o processo de automação robotizada, liderado pela Embraer e pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que teve origem em amplo investimento em pesquisa pública.

O Fundo também foi fundamental para a realização do Inova Empresa, maior programa de apoio à inovação empresarial na última década no Brasil.

Fonte: Agência CNI de Notícias / Agência de Notícias CNI 

Governo quer modelo privado para financiar a inovação

Novo ministro da ciência, tecnologia, inovações e comunicações, Marcos Pontes, quer estabelecer parcerias e estimular a produção nacional na área

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Inovação se estimula, não se decreta

O suíço Pius Horstein integra o time da Sanofi, multinacional farmacêutica de origem francesa, há 19 anos. O atual diretor-geral da unidade no Brasil já administrou operações da empresa em mais de 19 países. Porém, não só o Brasil, mas também a América Latina era território desconhecido para o PhD em pesquisa médica pela Universidade de Basileia, Suíça. “Cheguei aqui em 2015 e fiz tudo pela primeira vez, de pegar trânsito a falar com o ministro da saúde”, conta.

A companhia é a maior multinacional farmacêutica no mercado nacional, considerando o faturamento líquido no varejo. Aqui está a maior plataforma industrial da organização fora da Europa. No Brasil, existem cinco áreas de atuação em constante expansão e desenvolvimento: Sanofi Farma, especializada nas áreas cardiovascular, diabetes, medicina geral e hospitalar; Sanofi Consumer Healthcare, focada em analgésicos e vitaminas; Medley, referência em genéricos e similares; Sanofi Pasteur, que cuida do desenvolvimento de vacinas; e Sanofi Genzyme, voltada apenas para doenças raras, como esclerose múltipla, doenças endócrinas, oncologia e imunologia.

O desafio de comandar a unidade brasileira nunca paralisou as ações de Hornstein. “Cheguei na crise. Mas, neste contexto, existem duas possibilidades: ficar com medo e lamentar ou aproveitar as oportunidades. No Brasil, o mercado da saúde tem muito potencial a longo prazo. Não é um contexto fácil, mas temos muito o que aproveitar”, diz.

Líder. A liderança de Hornstein se mistura muito com o trabalho em equipe. A imagem do chefe fechado em uma sala ampla e intimidadora não combina em nada com o modelo adotado pelo diretor. Conceitos como disrupção e empoderamento, esta última uma palavra relativamente nova para os brasileiros, são pronunciados de forma convicta.

Nos últimos seis meses, o escritório da Sanofi passou por uma mudança não só de endereço, mas por uma transformação do modelo de trabalho. “Hoje, sabemos que temos um conceito disruptivo sobre farmacêutica. Nosso trabalho é completamente aberto, sem hierarquias. Eu não tenho escritório. Ninguém tem. De 2.500 pessoas apenas três têm uma mesa fixa. Queremos oxigenar a colaboração e a cocriação. Responsabilizar as pessoas. É o seu trabalho, não o meu.”

Hornstein ainda conta que o modelo não foi proposto por ele, mas sim uma construção conjunta entre todos os colaboradores. “Definimos duas pessoas de cada departamento. Reunimos, então, 40 embaixadores que desenvolveram o escritório em conjunto com o comitê executivo.” De acordo com o executivo, o modelo brasileiro é um dos mais avançados da companhia e, em pesquisa interna após as mudanças, elas atingiram 91% de satisfação entre os colaboradores.

Inovação e diversidade. “A inovação é fundamental. Trazer novos produtos é o nosso papel para ser parceiro do País e dos pacientes na jornada da saúde. Mas temos o papel de inovar além dos produtos.”

Mais do que um desejo, Hornstein traça estratégias de curto e médio prazos para que a inovação seja cada vez mais constante na Sanofi. E estimular os talentos da empresa são a sua certeza de que as metas irão se concretizar.“(Aqui) As pessoas são naturalmente positivas e enxergam novas possibilidades mais do que em outros países em que trabalhei antes, com mercados mais maduros, mas muito enraizados ao passado”, conta o executivo. Porém, adverte:

“Decretar a inovação não funciona. Inovação você estimula. Como fazer isso? Empoderando as pessoas.”

Um dos pilares para o empoderamento dos funcionários da Sanofi é promover a diversidade. “A inovação se dá quando existe a troca de diferentes ideias, de opiniões contrárias. A diversidade de gênero foi o primeiro foco. Formamos o Conselho da Mulher e Diversidade no início de 2015. Depois trabalhamos a diversidade de experiências, com a troca de posições. Antes se acreditava que era melhor deixar quem trabalhava nas vacinas ficar só nas vacinas, porque são experts, por exemplo. Nós destruímos isso completamente. Foi uma disrupção necessária. Nossa ideia é dar aos talentos uma jornada de experiências e crescimento dentro da Sanofi”, afirma o dirigente.

Visão. Hornstein planeja construir uma nova história da Sanofi no Brasil, presente no País há 98 anos. “Ser a maior não é algo que nós aspiramos mais, porque já somos. Precisamos manter. Nossa visão para 2020 é como a Sanofi pode aspirar ser a referência no mercado de saúde, que é diferente de ser a maior. Ética e integridade são fundamentais. E primeiro nos perguntamos como podemos ser referência em diversidade. Hoje, ainda não somos, mas aspiramos. Como podemos ser referência em inovação além dos produtos? Como podemos ser a primeira farmacêutica do Brasil mais digital? E queremos isso tudo não em cinco anos, mas em 24 meses.” Assim, o foco nos próximos dois anos da companhia é ser referência também no universo digital.

“Nós trouxemos um líder vindo do mercado de alimentação que mudou complemente nossa promoção digital na Medley. Queremos promover marca, não remédio. Temos um colaborador responsável pela aceleração digital da Sanofi Brasil, que é um novo departamento, uma nova posição.”

Todas as mudanças acompanham a evolução da forma de consumir. “O consumidor tem mais poder hoje. Todos nós somos muito mais conscientes. Além disso, os pacientes estão na internet e trazer informação de qualidade é fundamental. Antes de ir ao médico, ele pesquisa no Google e, depois da consulta, ele checa o diagnóstico. Nós queremos levar boas informações para ele.”

Fonte: Estadão.

A inovação determina os rumos que a humanidade

Artigo do presidente do Sinfor-DF, Ricardo de Figueiredo Caldas, publicado pelo site Sinfor

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