Investimento em tecnologia é fator de qualidade

Ricardo Caldas- Presidente do Sinfor/DF

O Brasil vem sofrendo ataques cibernéticos em largas proporções, o que traz prejuízos de toda ordem ao Estado e à sociedade. Nos últimos tempos, há relatos ocorridos nos mais variados órgãos públicos da Capital Federal, com situações preocupantes, afetando serviços essenciais e dando graves prejuízos a todos.

Destaca-se nessa estatística o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que sofreu invasão de hackers nas eleições de primeiro turno deste ano. Felizmente o processo eleitoral em si não foi afetado, porém gerou-se insegurança, levando o Presidente do TSE, Ministro Luís Barroso, a dar sucessivas explicações na TV.

Houve invasões recentes também no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no  Tribunal Regional da 1ª Região, no Governo do Distrito Federal, além do Ministério da Saúde, que teve os dados pessoais de milhões de cidadãos expostos.

É um tema que tem atraído holofotes neste ano, culminando com a prisão de hackers que trabalhavam em pool no Brasil e em Portugal, principalmente para prejudicar a eleição municipal.

Por falar em TSE, é lamentável que este Tribunal tenha deixado de lado investimento de cerca de R$ 100 milhões, que era orgulho nacional, não utilizando a biometria digital na identificação dos eleitores.

Foi alegado o risco de contaminação, que seria o mesmo da votação, sem contar que o processo poderia ter sido agilizado, com menos exposição do eleitor ao local das urnas eletrônicas. Houve nítido desconhecimento do potencial desse sistema de identificação digital, o que representa um atraso no mundo da modernidade.

As deficiências tecnológicas na administração pública brasileira se refletem em outras entidades, como o INSS e o sistema do Seguro Desemprego, com serviços deficientes prestados à sociedade. Nos últimos dez anos, áreas públicas diversas, em parceria com o Tribunal de Contas da União, adquiriram tecnologia internacional para desenvolver no DF excelente sistema anti-fraudes.

Graças a isso, o TCU interagiu com órgãos diversos, obtendo resultados de ampla repercussão no INSS, Bolsa Família, Salário Desemprego e outros bancos de dados. O sistema anti-fraudes ficou famoso na mídia, ao identificar beneficiários com verbas cumulativas e denunciou cidadãos que não tinham características sociais para receber a verba federal. 

Vemos no atual Governo a tentativa de reconhecer a validade dos produtos tecnológicos anteriores, mas já se passaram dois anos. É preciso resgatar e atualizar esse patrimônio, que custou muito caro e está disponível. 

Temos exemplos inexplicáveis, como o sub-aproveitamento do Cartão Nacional de Saúde (o Cartão do SUS), que seria valioso neste momento de pandemia, se usado na sua plenitude. É um instrumento desenvolvido nos últimos dez anos por empresa de Brasília.

Para surpresa, uma das unidades da Federação mais atrasadas na implantação do Cartão do SUS é justamente o DF, como vimos na recente campanha de vacinação infantil, quando as famílias desconheciam esse instrumento de identificação especializado.  

É preciso retomar, de forma planejada, os investimentos em produtos e serviços de tecnologia. A reaproximação com as empresas de tecnologia instaladas em Brasília pode dar nova dinâmica ao atual Governo Federal nos seus dois últimos anos.

Há vago sentimento de que o Executivo vem concentrando esforços para digitalizar centenas de serviços públicos. Porém a União precisa contratar uma infraestrutura de TI robusta, que não seja atacada por hacker nem se deprecie, e nem fique desatualizada.

O problema é recorrente nas corporações. É preciso considerar os princípios básicos instituídos para esse fim, que são:

— Confidencialidade, permitindo apenas a pessoas autorizadas acessar os dados confidenciais;

— Integridade, mantendo a autenticidade da informação;

— e Disponibilidade, deixando as informações acessíveis durante todo tempo, mas só para quem tiver autorização.

Os ciberataques ocorrem além das fronteiras dos órgãos públicos.  O problema é mais visível agora, com um número expressivo de pessoas trabalhando em casa, nessa fase de home office disseminado.

Atividades tradicionais passam a ser realizadas à distância, com os trabalhos sendo feitos em computadores, celulares e tablets doméstico. Nessa nova fase, gênios mal-intencionados aplicam golpes, roubam senhas, modificam dados e disseminam informações enganosas nas redes sociais.

Existem soluções recomendadas para evitar essas ações, como não usar equipamentos eletrônicos de desconhecidos, utilizar somente wi-fi de pessoas ou empresas conhecidas, checar a autenticidade das páginas acessadas, não clicar em links suspeitos e adquirir antivírus confiável, jamais fornecendo dados pessoais a outras fontes.

O setor de TI aposta constantemente em soluções que atendam a cada necessidade preocupante. Para se alcançar nova realidade de eficiência e segurança, é preciso que as estruturas oficiais conheçam melhor as soluções que a tecnologia oferece, com custo-benefício elevado. E essas soluções estão bem perto da máquina pública, aqui mesmo em Brasília.

Tecnologia é fator de qualidade. E o DF tem a melhor tecnologia.

Uma conquista histórica para o setor de TI

Ricardo Caldas- Presidente do Sinfor/DF

Motivo de comemoração, o Imposto sobre Serviços (ISS) será adotado definitivamente por todo o país, no que tange à tributação de softwares. Pela segunda vez, o voto a favor do tributo foi dado pela maioria do Plenário do Superior Tribunal Federal (STF).

Uma decisão e um momento históricos, considerando que o dilema vem se arrastando há anos, causando instabilidade e deixando o setor de TI à deriva, com grande insegurança jurídica, quando, no mesmo país, algumas empresas de software recolhiam seus impostos sobre o ICMS e outras sobre o ISS.

Diferente de outras localidades, no Distrito Federal, o impasse já havia sido resolvido há anos pela Secretaria de Fazenda, que hoje é a Secretaria de Economia do DF. Mas essa decisão apenas em alguns estados ou municípios não bastava, uma vez que provocava uma disputa prejudicial para o setor, gerando a preocupação de se constituir um passivo tributário, por não ter a certeza da tributação correta.

Estamos felizes que esse assunto tenha se resolvido e principalmente porque estabeleceu-se o ISS como o imposto a ser recolhido pelo setor de software, pois esta era a decisão ideal e almejada durante todos esses anos.

Outro motivo para comemoração no DF, quando em janeiro deste ano, depois de muita luta, inclusive travada pelo Sinfor/DF, fomos presenteados com a unificação da alíquota do ISS para softwares e serviços de TI em 2%, a menor aplicada. Com isso, as empresas do DF, que pagavam ISS de 5%, tornaram-se competitivas com concorrentes de outros municípios nas disputas de preços.

Somos gratos ao Governador Ibaneis Rocha, sua equipe e ao Deputado Eduardo Pedrosa, autor do Projeto de Lei, por terem contribuído de forma decisiva para essa conquista.

Nesse cenário, apesar de todas as dificuldades e atropelos do ano que se finda, as empresas respiram aliviadas com estabilidade de custos para aquisição de tecnologias. Os acontecimentos e decisões recentes nos mostra como tudo é passível de mudanças no mundo atual, no qual a velocidade e as necessidades impõem movimentos mais ágeis para o alcance de metas.

Hoje, é difícil imaginar a vida sem Internet e, na origem, sem software. Com a sua chegada, tornou-se possível acessar informações imediatas, divulgar conteúdos, promover e melhorar o ensino, permitir o trabalho on-line, propiciar a compra e venda de produtos e serviços com apenas um toque na tela, e muito mais.

Ao mesmo tempo que a rede facilitou nossas vidas, surgiram pontos de atenção como a importância de proteção de dados, a fim de que nossas informações, bem como de empresas, não caiam em mãos erradas; a checagem da veracidade de fatos disseminados em grande escala, e o controle de uso das ferramentas oferecidas, para que tiremos o melhor proveito possível desse universo tecnológico.

O desenvolvimento de softwares cada vez mais modernos e eficazes permite mais agilidade e facilidade nos processos das empresas, permeando todas elas, sejam públicas ou privadas.

Mais do que nunca, a economia reconhece a importância de acompanhar as inovações tecnológicas que surgem a cada dia. As plataformas digitais hoje são realidade, tornando possível prestações de serviços mais rápidas e eficazes. A comodidade é fator de relevância para se adquirir qualquer produto no mundo atual, tornando o consumo mais consciente e sustentável.

O setor de TI avança a passos largos, conquistando metas e tendo a certeza de que se tornará referência num futuro próximo. Para tanto, aposta nas parcerias atuais e vislumbra outras que ainda virão.

O sucesso foi garantido pela participação expressiva de entidades e empresas do setor, inclusive da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), na qual sou conselheiro. A construção de um setor econômico forte, passa pela valorização das suas entidades representativas, como defensoras dos interesses e do desenvolvimento do setor de TI.

Democracia e as Redes Sociais

Ricardo Caldas- Presidente do Sinfor/DF

Assisti ao documentário “O Dilema das Redes”, da Netflix, e recomendo aos amigos. São situações que já conhecíamos, lendo aqui e ali a respeito da manipulação que sofremos no uso de redes sociais. Entretanto, a riqueza de detalhes narrada por pessoas críveis, quase todas ex-funcionários do alto escalão de empresas como Twitter, Facebook, Google, Pinterest, etc., mostra a forma de manipulação psicológica utilizada contra os clientes, ou melhor, usuários, como definido no filme.

O documentário, além de depoimentos reveladores sobre a estratégia reinante nos bastidores, também traz pitadas de humor. Uma delas é dizer que existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas e a de software.

É denunciado o uso de várias técnicas baseadas em pesquisas psicológicas para criação de vícios, como reforço contínuo e intermitente. Procura-se, através do vício, vender propaganda e, nessa esteira, manipular os clientes. Perdão, os usuários!

As redes sociais não conseguem dizer o que é a verdade. Apenas reafirmam o que cada usuário acha que é a sua verdade. Na verdade, as técnicas de tecnologia persuasiva reafirmam as crenças individuais, por mais loucas que sejam.

As constatações dessas empresas é que informações falsas são as que geram interesse. Informações verdadeiras seriam chatas – justificam. Portanto, os algoritmos das redes impulsionam o que interessa, em detrimento da verdade. Isso provoca a situação tenebrosa, pela qual não mais sabemos qual foi, realmente, o fato.

Sociedades com grande uso dessas redes sociais estão sendo enormemente manipuladas. O que veem é uma radical afirmação daquilo que imaginam e pensam. Portanto, creem que suas imaginações são a verdade, levando as sociedades a ficarem fortemente divididas.

O modus operandi das redes sociais acaba, ao final, promovendo um ataque global contra a democracia. Nações estão sendo divididas porque votaram num ou noutro candidato e os grupos não querem mais conversar uns com os outros, provocando a degradação das democracias.

Trata-se de um problema com escala global, que acirra os ânimos. Leva à radicalização das opiniões, quando o bom termo é justamente ter uma compreensão compartilhada das opiniões.

Construímos estas coisas e agora, precisamos ter responsabilidade para modificá-las. É necessário mudar o rumo dos acontecimentos.

Algumas soluções se apresentam, como o forte regramento, com elaboração legislativa robusta, e até mesmo o banimento das redes.

Eis um debate de alta relevância, capaz de juntar gregos, troianos e goianos!

 

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Artigo do presidente do Sinfor-DF, Ricardo de Figueiredo Caldas, publicado pelo site Sinfor

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