
Debate sobre o desenvolvimento tecnológico e soluções sustentáveis abre o Brasília Mais TI
Painel com representantes do governo, sociedade civil e setor privado aponta soluções para um futuro sustentável
O Brasília Mais TI iniciou sua série de debates nesta terça-feira (26), com um painel sobre o impacto da tecnologia e as iniciativas para promover um futuro mais sustentável. Representantes do governo federal e local, da sociedade civil e da iniciativa privada discutiram modelos de desenvolvimento tecnológico orientados para a proposição de soluções sustentáveis.
O presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke, deu início ao debate compartilhando insights sobre o potencial da tecnologia de reciclagem de resíduos sólidos para minimizar os impactos ambientais, ao mesmo tempo em que gera energia. Segundo ele, essa medida poderia reduzir em até 50% os danos causados pela liberação de gases de efeito estufa na atmosfera.
“Sabemos que novas tecnologias, como a inteligência artificial e os centros de processamento em nuvem, irão demandar, em pouco tempo, o dobro da capacidade energética atual. No Brasil, infelizmente, ainda aproveitamos pouco o biogás e a biomassa que poderiam ser extraídos a partir do metano liberado pelos resíduos sólidos, que atualmente são praticamente despejados em aterros sanitários. As usinas de biogás ainda possuem custos elevados, e é necessário investir em tecnologia e na aceleração da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos para viabilizar essas estruturas”, afirmou Schmitke.
A CEO da Asas Soluções Ambientais, Daniela Lacombe, compartilhou perspectivas positivas sobre a mudança de mentalidade na indústria de tecnologia. Ela ressaltou que é perceptível a transição da obsolescência programada para a economia circular, um movimento que tem orientado empresas a aproveitarem ao máximo dos recursos que, anteriormente, seriam descartados sem tratamento ou destinação adequada.
“Para os clientes com os quais presto consultoria, novas tecnologias de monitoramento do descarte de resíduos permitiram a recuperação de 80% a 90% do lixo, por meio de reciclagem, compostagem de matéria orgânica e até incineração para geração de energia. Trabalhamos com a ideia de aprendizado contínuo, buscando aproveitar todos os produtos viáveis e, finalmente, processar o resíduo final para utilização energética”, destacou Lacombe.
A coordenadora-geral de Adaptação de Ambientes Urbanos às Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Ana Luísa Campos, apresentou dados sobre as tecnologias voltadas para a adaptação e resiliência das cidades às mudanças climáticas. Ela exemplificou o projeto desenvolvido em Porto Alegre, que mapeia digitalmente as áreas urbanas, identificando zonas verdes e áreas de risco de enchentes. O projeto está sendo realizado em parceria entre os ministérios do Meio Ambiente, das Cidades e de Ciência e Tecnologia.
O secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Alexandre Villain, abordou o impacto social do aproveitamento de resíduos. Ele apresentou o programa distrital Reciclotec, que recolhe computadores e componentes eletrônicos descartados por empresas e, ao mesmo tempo, capacita jovens de baixa renda em computação e montagem de computadores. “Esse programa não só permite a reciclagem de componentes eletrônicos, como também contribui para o desenvolvimento de competências digitais em jovens, algo altamente necessário diante da escassez de mão de obra qualificada”, afirmou Villain.
O Brasília Mais TI segue até quinta-feira (29), com uma programação que inclui palestras sobre tendências tecnológicas, campeonato de robótica, feira de negócios e hackathon– maratona intensiva de programadores, designers e profissionais de tecnologia dedicada ao desenvolvimento de soluções para problemas reais de empresas.
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