Especialista do MIT aborda práticas para se adaptar às inovações da IA Generativa

Palestra magna do Brasília Mais TI traz uma das desenvolvedoras do ChatGPT para falar sobre perspectivas e aplicações da inteligência artificial generativa

A especialista do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e uma das desenvolvedoras da inteligência artificial generativa ChatGPT, Melissa Webster, compartilhou sua visão sobre a evolução e as possibilidades da IA generativa, abordando suas aplicações práticas no mundo real e como ela pode impulsionar a inovação. Sua apresentação ao público começou de forma inovadora, utilizando as aplicações da IA.

Melissa desenvolveu um roteiro no ChatGPT, traduziu o texto para o português e utilizou a IA para criar um vídeo a partir de seu avatar. “Eu sou Melissa Webster. Eu não falo português, então usei o ChatGPT para criar o roteiro da minha fala, traduzi para o português e com o Heygen (outra IA) criei um vídeo usando meu avatar. Tudo isso em apenas cinco minutos”, explicou ela, demonstrando o poder da tecnologia generativa ao vivo. Webster destacou o impacto da IA no trabalho e a consequente transição de tarefas, com liberação de tempo para atividades mais criativas e críticas. Ela citou o exemplo de um desenvolvedor que, ao utilizar o ChatGPT, conseguiu criar com excelência um código de programação que normalmente levaria dez meses.

Ao avaliar a evolução da inteligência artificial, a especialista fez uma analogia com seu esporte favorito, o remo, que, segundo ela, é como olhar para trás para entender onde estamos indo. “Não tem como prever o que nos espera. Algumas pessoas acreditam que é uma moda passageira, um ‘hype’, outras acham que vai atingir um platô de desenvolvimento e, os mais otimistas, acreditam que chegaremos muito rapidamente a modelos de inteligência artificial geral (AGI) com domínio de tarefas intelectuais.”

A especialista destacou a velocidade impressionante na adoção de ferramentas de IA, como o ChatGPT, confirmando sua expectativa de que não se trata de uma onda passageira. “O ChatGPT levou cinco dias para atingir cem mil usuários, número que o Instagram alcançou em 75 dias. Para chegar a 1 milhão de usuários, o ChatGPT levou três meses, enquanto o TikTok levou um ano. É impressionante como as tecnologias estão sendo adotadas pelas pessoas e empresas. Percebe-se que muitas empresas estão integrando as tecnologias generativas e, com isso, têm conseguido ganhos mais expressivos em qualidade de trabalho e eficiência.”

Ela também falou sobre os desafios e os riscos associados à IA generativa, como a segurança de dados, os vieses algorítmicos e as complexidades na implementação. Ponderou sobre a importância de utilizar essas tecnologias de forma estratégica, como a criação de modelos próprios de linguagem para empresas. Melissa ainda destacou a importância da educação para que as pessoas acompanhem as transformações que a IA provoca. “Quero que todos saiam dessa palestra com três sugestões: acompanhem as ondas, experimentem e continuem se adaptando. Lembrem-se de buscar as melhores aplicações para o que realmente é necessário”, concluiu, reforçando a importância de se atualizar em habilidades digitais.

Debate sobre inteligência artificial e criatividade é tema de painel no Brasília Mais TI

Especialistas discutem como preservar a criatividade humana aliada ao uso das novas ferramentas tecnológicas

A rápida adoção da inteligência artificial (IA) e a mudança cultural disruptiva geram questionamentos sobre a interferência na criatividade humana. Especialistas reunidos no painel do Brasília Mais TI discutiram essas questões e compartilharam suas percepções sobre as transformações que a IA pode causar.

Carlos Jacobino, presidente do Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (Sinfor), acredita que a IA é uma ferramenta que potencializa a criatividade, e não sua concorrente. “Ela trouxe novos poderes à inovação e ao pensamento criativo. Porém, não recomendo que se use tecnologia para tarefas que são intrínsecas ao ser humano, como manifestar emoções”, afirmou.

Jacobino aposta que a IA aumentará a produtividade e será cada vez mais utilizada em tarefas repetitivas, liberando tempo para atividades intelectuais e criativas. “Um professor, por exemplo, poderá delegar à IA a tarefa de corrigir provas, utilizando o tempo livre para aprimorar a abordagem pedagógica e criar formatos mais originais para as aulas”, destacou.

A CEO da SOSA Brasil, Gianna Sagazio, concorda que a IA criará novas oportunidades, mas alerta para a necessidade de investir em educação para evitar o aumento da desigualdade social. “O Brasil ocupa uma posição crítica no desenvolvimento educacional, o que também se reflete no índice de criatividade, conforme indicadores internacionais recentes”, disse.

Para ela, é essencial formular políticas públicas que melhorem a qualidade da educação, permitindo que as ferramentas de IA sejam usadas em todo seu potencial e tragam resultados concretos para empresas e para o país. “Cada indivíduo precisa ter um repertório consistente para formular questionamentos assertivos e obter os melhores resultados das ferramentas”, completou.

Gianna também levantou a questão do propósito para o qual as tecnologias servirão. “Governos e empresas precisam direcionar a tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas, por meio de práticas que visem garantir um futuro viável, com bem-estar e trabalho digno”, afirmou.

Couto Silva, auditor de Finanças e Controle do Tesouro Nacional, compartilha uma visão semelhante sobre a necessidade de preparar a população para a transformação digital. “Grande parte da sociedade está vivendo essa mudança sem preparação, enquanto outra parte subestima os impactos da IA no mercado. A população precisa ser capacitada para usar a tecnologia a favor, criando uma inteligência aumentada que combine criatividade humana com recursos tecnológicos”, argumentou.

Couto considera que o futuro da IA é imprevisível. “A acessibilidade a tecnologias que respondem por meio de linguagem natural pode mudar muito do que conhecemos. Precisamos criar mecanismos para proteger a sociedade contra os riscos da desinformação, garantir a legitimidade das instituições e educar as pessoas para compreender melhor a realidade”, alertou. Ele destacou os riscos da disseminação de fake news nas redes sociais e o impacto que a IA pode ter, como no caso dos deep fakes.

O painel sobre Inteligência Artificial e Criatividade foi parte da programação do último dia do Brasília Mais TI. O evento discutiu a inovação, a tecnologia e seus impactos nas diversas áreas da sociedade, além de seu potencial na geração de novos negócios.

Brasília mais TI levou debates sobre inclusão digital, bitcoins e Brasília como cidade do futuro

Criptomoeda, cidades sustentáveis e inclusão digital foram temas de debates do evento

O Brasília Mais TI reuniu lideranças do setor, poder público e empresários para falarem sobre o impacto das novas tecnologias na economia, no desenvolvimento das cidades e na sociedade em geral. Paralelo aos debates, o evento traz uma feira de negócios e uma competição de robótica.

O Coordenador com Residência Tecnológica da Universidade Católica de Brasília (UCB), professor doutor Santana, e uma aluna de da universidade, Júlia Clovandi. falaram sobre a experiência do projeto da UCB que desenvolve na grade de ensino uma atuação prática em empresas de tecnologia, para que o aluno seja formado de acordo com as necessidades do mercado. Segundo ele, esse modelo permite que nos primeiros semestres do curso de Tecnologia da Informação, os alunos já possam aprender com projetos reais e garantir empregabilidade.

Em outro painel, o presidente do Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (Sinfor), Carlos Jacobino, falou sobre como o bitcoin está moldando o futuro das finanças globais, destacando seu impacto no sistema econômico mundial. Segundo ele, o Bitcoin irá transformar os mercados financeiros, com ênfase na descentralização, segurança e transparência que ele oferece.

“O Bitcoin tem uma vantagem em relação às moedas nacionais que é a limitação de ativos. As moedas por conta da possibilidade de novas emissões sempre sofrerão depreciações, impactando o poder de compra a longo prazo” disse Jacobino. Segundo ele, em função dessa característica, a tendência é que a criptomoeda se valorize. “Invisto no bitcoin pensando a longo prazo. Não é recomendável a compra de bitcoin para um prazo determinado, pois a criptomoeda pode sofrer fortes oscilações especulativas, mesmo que a perspectiva da curva seja uma constante crescente em períodos espaçados”.

Finalizando a programação, ainda foram apresentadas as perspectivas de futuro para as cidades. O presidente do Instituto Niemeyer, o arquiteto Paulo Niemeyer, falou sobre a vocação de Brasília para um pensamento diruptivo futurista quando foi projetada. Segundo ele, a cidade foi desenvolvida para atender as necessidades do futuro, com grandes espaços verdes, prédios funcionais, além de uma orientação para integrar a visão de futuro para o País. Para ele, é importante pensar na cidade pensando na sustentabilidade e como um lugar preparado para os novos desafios que a evolução tecnológica traz.

O Brasília Mais TI é um evento, realizado entre os dias 26 e 28 de novembro, com palestras sobre tendências da tecnologia, campeonato de robótica, feira de negócios e hackathon – maratona intensiva com programadores, designers e profissionais de tecnologia para desenvolver soluções para problemas reais.

Times femininos são premiados em torneio de robótica

Competição realizada durante o evento Brasília Mais TI reuniu 45 equipes com cerca de 140 alunos do ensino fundamental e médio de escolas do Distrito Federal

Equipes femininas ganharam a primeira colocação em duas categorias no torneio de robótica realizado durante o Brasília Mais TI, que ocorreu nesta semana no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O time Falcões, do Centro de Ensino Fundamental 01, do Gama, ganhou na categoria Chão de Fábrica, com um robô voltado para transporte de caixas de um lugar para o outro. Já o Turbinados, formados por meninas do Ensino Fundamental I do Colégio Militar de Brasília, venceram na categoria Segue Linha, com o desenvolvimento de um carrinho de corrida.

Na principal categoria do torneio de robótica, “Chão de Fábrica Nível 2”, as três primeiras colocações ficaram com uma única escola pública: o Centro Educacional 03, do Gama. O primeiro lugar foi da equipe T-Rex, o segundo da Mach 20 e o terceiro da H-Tech Bots.

Carlos Jacobino, presidente do Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (Sinfor-DF) e organizador do Brasília Mais TI, destaca que, com o aumento da automação e da tecnologia nas empresas, evidenciado pelo crescimento de 68% no uso de robôs nas indústrias brasileiras em um ano – é vital que as escolas preparem seus alunos para essas novas realizadas. “A participação em torneios de robótica oferece uma base sólida para carreiras nas áreas de engenharia e tecnologia”, afirma Jacobino.

Na categoria “Segue Linha Nível 2”, para estudantes do ensino médio, a equipe vencedora foi 8-Bits, do Colégio Militar, e, na categoria “Sumô”, também de ensino médio, em que robôs foram programados para lutar, o time Magic Hunter, do EduSesc, do Serviço Social da Indústria (SESI-DF), ficou em primeiro lugar.

No evento, também ocorreu um hackaton – em que grupos de estudantes e startups trazem soluções para problemas reais – para desenvolver tecnologias voltadas para melhoria da saúde pública. A vencedora da competição foi a ConectaBem, de um grupo formado por profissionais de TI de Ceilândia com estudantes da área de saúde do campus da Universidade de Brasília (UnB) da cidade-satélite, que criou uma estação de saúde automatizada com quadros clínicos e pré-análises
Premiação de empresas de TI

Na noite desta quinta-feira (28) foi entregue o Prêmio Sinfor Nacional de Tecnologia. Nas categorias empresariais, a G4F foi a “Empresa Destaque”, o “Produto Destaque” foi o Nexia da empresa Zello e a U4Hero venceu na categoria ‘Destaque Startup ou Pequena Empresa”.

Entre as autoridades, personalidades e entidades reconhecidas, estão a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Paulo Foina, do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNTC) e Marco Antônio da Costa Junior, diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). Também foram reconhecidos o deputado federal Eros Biondini e a deputada distrital Jane Klebia.

Na categoria “Transformação Digital para o Bem”, o Estado do Piauí foi o destaque pelo processo de transformação digital que tem se tornado referência para outros estados. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também receberam homenagem do Sinfor.

Conexões e parcerias transformam o turismo e impulsionam a Economia Criativa

Painel no Brasília Mais TI destaca as inovações e parcerias estratégicas

A economia criativa e o setor do turismo têm sido impulsionado pelas conexões entre diversos atores do setor produtivo, governamental e da sociedade civil para gerar renda e inclusão socioprodutiva. O painel realizado no Brasília Mais TI teve a participação de representante do Sebrae e da organização Conexão Mais Impacto.

Cynthia Uchoa, analista de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, destacou as iniciativas do Sebrae que têm impulsionado a inovação em pequenas empresas do turismo. Ela mencionou programas como o “Turbine no Paraná”, que oferece atendimento personalizado e planejamento focado em negócios. “O Sebrae tem investido fortemente em soluções que conectam o turismo e a economia criativa, utilizando Inteligência Artificial para inovação em áreas como gastronomia, música e teatro, criando novos produtos culturais e ampliando a inserção dessas atividades no mercado de forma contemporânea”, afirmou.

Ela também ressaltou a importância da governança empreendedora e de longo prazo, destacando que o Sebrae busca estabelecer uma governança eficiente para fomentar a inclusão produtiva e a qualificação dos serviços. A sinergia entre cultura, economia, e tecnologia fortalece o desenvolvimento da economia criativa, com o Sebrae promovendo um ecossistema que integra o turismo e a cultura dentro de uma lógica de mercado territorial conjugada.

A parceria entre Sebrae e o Ministério da Cultura (Minc) também foi mencionada como uma ação importante para o fortalecimento da economia criativa no Brasil, fomentando o desenvolvimento de projetos culturais e garantindo sustentabilidade econômica para as atividades culturais e turísticas, com o destaque para a descentralização do investimento à cultura por meio do repasse diretamente para estados e municípios.

A coordenadora da Coalizão pelo Impacto, Daniela Estevam, enfatizou o papel das redes de parcerias na criação de modelos de negócios que resolvem problemas socioambientais. Ela destacou a importância de fortalecer organizações que apoiam empreendedores comprometidos com o impacto social, especialmente aqueles ligados ao turismo de base comunitária. “A Coalizão trabalha para fortalecer lideranças locais e fomentar negócios que gerem impacto positivo nas comunidades”, disse Estevam, destacando a interconexão entre turismo, inovação e sustentabilidade.

O Brasília Mais TI se encerra nesta quinta-feira (28) após três dias de painéis, feira de negócios e robótica. O evento reuniu empresários, especialistas e estudantes e trouxe discussões sobre a transformação digital, com ênfase no impacto da inteligência artificial, e a sustentabilidade.

Decisões recentes do STF reforçam a legalidade da pejotização

Painel no Brasília Mais TI apresenta discussões sobre a terceirização e os processos trabalhistas

O diretor Jurídico e de Compliance da ISG S.A., Heyrovsky Torres, trouxe para discussão um dos temas mais discutidos no cenário jurídico atual: a terceirização e a pejotização – contratação de pessoas autônomas por meio de pessoas jurídicas no último dia de debates da sexta edição do Brasília Mais TI. Durante o painel, Torres abordou as divergências entre a interpretação da Justiça do Trabalho e as decisões constitucionais do Supremo Tribunal Federal (STF), destacando o impacto dessas questões na segurança jurídica do mercado.

O especialista destacou as recentes decisões do STF que têm mudado a dinâmica das relações trabalhistas no Brasil. A mais significativa dessas decisões foi a que reconheceu a legalidade da terceirização na atividade fim das empresas, o que tem flexibilizado as relações trabalhistas e concedido maior liberdade às empresas para definirem suas estratégias de contratação, visando a eficiência e a competitividade.

Torres explicou que, ao analisar a questão sob a ótica constitucional, o STF baseou-se no princípio da livre concorrência e da livre iniciativa, fundamentais para o mercado. Ele destacou dois aspectos principais dessa interpretação: primeiro, a Constituição Federal não impede a adoção de estratégias empresariais flexíveis, nem veda a terceirização; segundo, a justiça do trabalho e o sistema sindical não têm acompanhado as mudanças contemporâneas do mercado de trabalho e da sociedade. “Com esse entendimento, as empresas terão mais liberdade para definir suas operações e suas estratégias, incluindo a redução de custos e o aumento da eficiência operacional”, afirmou Torres.

O painel abordou reflexões sobre as polêmicas em torno da pejotização – a prática de contratar profissionais autônomos como empresas, por meio da formalização de contratos PJ (Pessoa Jurídica). Torres explicou que, frequentemente, a Justiça do Trabalho tem julgado essas relações como ilegais, mas, ao chegar no Supremo Tribunal Federal, essas decisões têm sido revogadas, pois não contrariam os princípios constitucionais. “O que o STF entende é que a pejotização não é ilegal, desde que não haja fraudes ou precarização do trabalho, situações em que a Justiça do Trabalho pode intervir”, completou o diretor.

De acordo com Torres, a principal discussão sobre a pejotização gira em torno da perda de direitos trabalhistas. No entanto, ele ressaltou que a flexibilização das relações trabalhistas permite uma negociação mais livre sobre os benefícios oferecidos e os termos do contrato. “As empresas, ao definirem a cultura que desejam implementar e o perfil de colaborador que desejam atrair, podem negociar com mais liberdade os benefícios que serão oferecidos”, explicou.

Torres concluiu que, embora a situação ainda não esteja completamente pacificada, a decisão do STF confere maior segurança jurídica ao setor empresarial, permitindo a contratação de profissionais sob o regime PJ, sem ferir os direitos fundamentais dos trabalhadores. “Não há direitos absolutos, cada caso deve ser analisado de forma concreta. A Justiça do Trabalho ainda tem divergências sobre as diferenças entre relações de serviço e de trabalho, mas, de maneira geral, o posicionamento do Supremo fortalece a segurança jurídica no uso da pejotização”, afirmou.

A sexta edição do Brasília Mais TI se encerra nesta quinta-feira (28) sendo uma importante plataforma para discussões sobre inovação, tecnologia e seus impactos nas mais diversas áreas da sociedade, incluindo o setor jurídico e empresarial.

Transformação digital no processo judicial otimiza recursos e agiliza conclusão de processos

Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) apresentou painel sobre o histórico do processo judicial e as incertezas da aplicação da Inteligência Artificial no judiciário

Na sexta edição do evento Brasília Mais TI, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Cláudio Brandão abordou a transformação digital no processo judicial. Ele apresentou um breve histórico sobre as quatro etapas que marcaram o desenvolvimento do processo judicial: a documentação manual escrita, passando pela datilografia, o início da computação e a portabilidade dos dispositivos digitais.

Brandão destacou marcos importantes dessa evolução, como o uso de fax que abriu um precedente jurídico para a realização de atos processuais sem a necessidade da presença física.

Ele também falou sobre a implementação de Inteligência Artificial (IA) no sistema judiciário, que começou a ser aplicada de forma concreta em 2017. O objetivo foi a criação da chamada “Justiça 4.0”, que visa integrar sistemas e agilizar o acompanhamento dos processos. Ele apresentou a plataforma Sinapses, um ambiente que reúne os principais aplicativos do judiciário digital brasileiro. Com 158 fontes de dados, a plataforma é utilizada por 92 tribunais e conselhos, e é responsável pelo armazenamento de 144 milhões de processos e 3,6 bilhões de documentos.

O presidente do TRT exemplificou diversas vantagens da aplicação de IA no judiciário, como a redução de erros por meio de análise mais eficaz de casos semelhantes, a diminuição dos recursos interpostos, o aperfeiçoamento do controle de jurisprudência, e a maior segurança jurídica no julgamento de teses repetitivas. Além disso, destacou a redução do tempo de tramitação dos processos e a economia processual.

Em contrapartida, ele também enumerou problemas que a IA pode trazer, como a alta demanda de energia para suportar novas ferramentas tecnológicas, a falta de uma regulação robusta para combater a desinformação, a tendência da IA generativa em endossar preconceitos, e a crescente privatização de dados por grandes empresas tecnológicas. Esses são alguns dos desafios que precisam ser mais discutidos e regulados para que a tecnologia esteja de fato à disposição para servir às necessidades das pessoas.

A sexta edição do Brasília Mais TI se encerra nesta quinta (28) e tem sido palco de discussões e inovações, reunindo especialistas, empresas, e líderes do setor público para explorar as tendências tecnológicas, impulsionar a geração de negócios e a transformação digital no Brasil.

Governador Rafael Fonteles apresenta a transformação digital no Estado do Piauí

No Brasília Mais TI, que ocorre nesta semana, governador revela as ações que permitiram um grande avanço em inovação no estado nos últimos anos

A colaboração entre empresários, academia e o governo estadual foi fundamental para a criação de soluções tecnológicas que impulsionaram o desenvolvimento digital do Piauí. Esse princípio local é a base do sucesso das principais iniciativas tecnológicas implementadas pelo governo, conforme destacado pelo governador Rafael Fonteles, durante a 6ª Mostra de Tecnologia Brasília Mais TI

“Eu não tinha experiência com eleições. Fui Secretário de Fazenda e, ao ser encaminhado para minha primeira candidatura ao governo, defini como prioridade transformar o Piauí no estado mais digital do Brasil”, afirmou Fonteles em entrevista nesta quarta-feira (27), durante a sexta edição do Brasília Mais TI, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

De acordo com o governador, a transformação digital é uma solução estratégica para equilibrar receitas e despesas do governo. “É a maneira de viabilizar uma receita limitada, melhorar os serviços prestados, integrar ações e aumentar a eficiência do governo”, ressaltou.

Fonteles também destacou que, mesmo nas áreas mais carentes, a conectividade já é uma realidade. “Mais de 80% da população tem acesso à Internet, portanto, é imprescindível que o governo atue como protagonista da tecnologia, implementando melhorias no atendimento ao cidadão”, afirmou.

A inspiração para a transição digital do estado foi baseada em benchmarking internacional. Nos primeiros 90 dias de governo, foram mapeados modelos de países com características semelhantes ao Piauí, como a Estônia, que possui uma população de tamanho semelhante, além de Singapura e Chile.

A principal mudança, segundo Fonteles, foi a quebra de paradigmas ao integrar as áreas de apoio do governo com as áreas finalísticas de atendimento ao cidadão, como Saúde e Educação. Para isso, foi criado o Conselho de Transformação Digital, presidido pelo próprio governador, com a participação de representantes da alta cúpula do governo, servidores especializados, universidades e startups. O objetivo do conselho é agilizar a proposição de demandas do governo nas diferentes áreas da gestão pública.

“Graças a essa estrutura consultiva, com reuniões regulares, foram desenvolvidos todos os casos de sucesso na implementação do governo digital”, explicou Fonteles. O Conselho de Transformação Digital tem a responsabilidade de estabelecer normas, diretrizes, processos e ações, além de monitorar e dirigir as iniciativas de planejamento, gestão e operação da infraestrutura tecnológica do estado.

Inibir furto de celulares teve impacto significativo contra a cadeia de crimes

Carlos Jacobino, presidente do Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (Sinfor), que conduziu a entrevista durante o evento, destacou o reconhecimento nacional dos êxitos do Piauí na implementação do governo digital, como a adoção do protocolo de roubo de celulares, uma solução tecnológica que se tornou referência nacional após seu sucesso.

Para Fonteles, priorizar o combate ao crime, especialmente o furto de celulares, teve um impacto significativo em toda a cadeia criminosa. “O furto de celulares é um dos crimes mais frequentes e está relacionado desde o tráfico de drogas, que usa os telefones roubados, até os homicídios causados pela guerra entre facções”, afirmou.

Ele destacou que essa solução aparentemente simples nunca havia sido executada por nenhum agente público antes. A inovação aberta na Secretaria de Segurança Pública, com o envolvimento de servidores especializados, permitiu a criação de um protocolo que facilita a troca de dados entre a polícia, operadoras de telecomunicação e a autorização da justiça.

“Em 12 meses de implementação, os casos de roubo de celulares caíram 50%, e mais de 10 mil telefones foram recuperados. Esse protocolo se tornou uma referência nacional, sendo adotado gradualmente pelos estados e, posteriormente, transformado em uma aplicação nacional, após solicitação do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, disse Fonteles.

Piauí mais próximo da meta de universalizar registro digital

O governador também destacou o avanço significativo no cadastro digital da população. “Com quase 30% da população registrada digitalmente, enquanto a média nacional é de apenas 3%, implementamos o cadastro biométrico desde o primeiro dia de vida. Com isso, provavelmente seremos o primeiro estado a atingir a meta de universalização do registro digital, prevista inicialmente para 2026”, afirmou. “Somente com segurança de dados é possível criar políticas públicas eficazes”, completou.

Além disso, Fonteles apresentou outros exemplos de como a transformação digital está beneficiando a população, destacando a importância do governo ser o líder nas discussões sobre tecnologia. “Somente o poder público será capaz de pensar na coletividade. As grandes empresas de tecnologia são parceiras nesse desenvolvimento, mas quem propõe ações pensando em todos os cidadãos é, necessariamente, o governo. É fundamental democratizar a cultura da inovação e reforçar o uso ético da tecnologia, como a inteligência artificial, evitando a concentração de riqueza e garantindo a soberania digital”, concluiu.

Debate sobre o desenvolvimento tecnológico e soluções sustentáveis abre o Brasília Mais TI

Painel com representantes do governo, sociedade civil e setor privado aponta soluções para um futuro sustentável

O Brasília Mais TI iniciou sua série de debates nesta terça-feira (26), com um painel sobre o impacto da tecnologia e as iniciativas para promover um futuro mais sustentável. Representantes do governo federal e local, da sociedade civil e da iniciativa privada discutiram modelos de desenvolvimento tecnológico orientados para a proposição de soluções sustentáveis.

O presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke, deu início ao debate compartilhando insights sobre o potencial da tecnologia de reciclagem de resíduos sólidos para minimizar os impactos ambientais, ao mesmo tempo em que gera energia. Segundo ele, essa medida poderia reduzir em até 50% os danos causados pela liberação de gases de efeito estufa na atmosfera.

“Sabemos que novas tecnologias, como a inteligência artificial e os centros de processamento em nuvem, irão demandar, em pouco tempo, o dobro da capacidade energética atual. No Brasil, infelizmente, ainda aproveitamos pouco o biogás e a biomassa que poderiam ser extraídos a partir do metano liberado pelos resíduos sólidos, que atualmente são praticamente despejados em aterros sanitários. As usinas de biogás ainda possuem custos elevados, e é necessário investir em tecnologia e na aceleração da implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos para viabilizar essas estruturas”, afirmou Schmitke.

A CEO da Asas Soluções Ambientais, Daniela Lacombe, compartilhou perspectivas positivas sobre a mudança de mentalidade na indústria de tecnologia. Ela ressaltou que é perceptível a transição da obsolescência programada para a economia circular, um movimento que tem orientado empresas a aproveitarem ao máximo dos recursos que, anteriormente, seriam descartados sem tratamento ou destinação adequada.

“Para os clientes com os quais presto consultoria, novas tecnologias de monitoramento do descarte de resíduos permitiram a recuperação de 80% a 90% do lixo, por meio de reciclagem, compostagem de matéria orgânica e até incineração para geração de energia. Trabalhamos com a ideia de aprendizado contínuo, buscando aproveitar todos os produtos viáveis e, finalmente, processar o resíduo final para utilização energética”, destacou Lacombe.

A coordenadora-geral de Adaptação de Ambientes Urbanos às Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Ana Luísa Campos, apresentou dados sobre as tecnologias voltadas para a adaptação e resiliência das cidades às mudanças climáticas. Ela exemplificou o projeto desenvolvido em Porto Alegre, que mapeia digitalmente as áreas urbanas, identificando zonas verdes e áreas de risco de enchentes. O projeto está sendo realizado em parceria entre os ministérios do Meio Ambiente, das Cidades e de Ciência e Tecnologia.

O secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Alexandre Villain, abordou o impacto social do aproveitamento de resíduos. Ele apresentou o programa distrital Reciclotec, que recolhe computadores e componentes eletrônicos descartados por empresas e, ao mesmo tempo, capacita jovens de baixa renda em computação e montagem de computadores. “Esse programa não só permite a reciclagem de componentes eletrônicos, como também contribui para o desenvolvimento de competências digitais em jovens, algo altamente necessário diante da escassez de mão de obra qualificada”, afirmou Villain.

O Brasília Mais TI segue até quinta-feira (29), com uma programação que inclui palestras sobre tendências tecnológicas, campeonato de robótica, feira de negócios e hackathon– maratona intensiva de programadores, designers e profissionais de tecnologia dedicada ao desenvolvimento de soluções para problemas reais de empresas.

Confira o Evento Ao Vivo no Youtube

Palco 1

Palco 2

Na sexta edição, Brasília Mais TI conecta inovação e sustentabilidade

Evento reúne o ecossistema de inovação com empresários, governo e universidades

Começou nesta terça-feira (26), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a sexta edição do Brasília Mais TI, com a participação de cerca de mil pessoas. Segundo Carlos Jacobino, presidente do Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (SINFOR) e organizador do evento, o encontro conecta quem cria, quem adquire e quem desenvolve soluções. “Um dos principais objetivos desse encontro é conectar estudantes que estão ingressando no mercado de tecnologia com as empresas que necessitam dessa força de trabalho”, destacou.

Marco Antônio Costa Júnior, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), enfatizou que o crescimento desses encontros reflete o amadurecimento e a estruturação do setor na região. “É visível o aumento do interesse por parte dos empresários, bem como a participação crescente de startups nesses espaços de aprendizado, o que demonstra a união de diversos atores para integrar o ecossistema de inovação do Distrito Federal”, afirmou.

A deputada distrital Jane Klebia também reforçou que o evento coloca Brasília no centro da discussão sobre inovação e sustentabilidade. “É essencial discutir como a tecnologia impacta o cotidiano das pessoas, para que os cidadãos compreendam os efeitos da transformação digital e se apropriem dos recursos necessários para seu desenvolvimento”, afirmou.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Leonardo Reisman, destacou que Brasília tem se consolidado como um polo atrativo para grandes eventos de tecnologia, englobando diferentes públicos, desde os mais jovens até profissionais experientes. “O mais importante é o legado que fica para a população. O Brasília Mais TI deixa o legado de integrar o setor privado, gerando mais negócios e criando mais empregos”, ressaltou.

Até quinta-feira, a programação contará com uma feira de negócios, um campeonato de robótica com 400 competidores e um hackathon-desafio em que profissionais de TI propõe soluções tecnológicas a problemas apresentados por empresas -, com 15 equipes . Durante os três dias de evento, empresários do DF e de diversas regiões do país terão a oportunidade de conhecer inovações e soluções de ponta, além de trocar experiências e formar parcerias.

 

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